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terça-feira, 20 de setembro de 2011

20 de setembro - 169 anos de morte de Negro Cosme


Em 20 de setembro de 1842, exatos 169 anos atrás, Cosme Bento das Chagas - Negro Cosme, líder quilombola da Balaiada, maior revolta popular ocorrida no Maranhão, era enforcado em frente a cadeia pública de Itapecuru no Maranhão. Símbolo de luta e resistência negra, Negro Cosme defendeu até sua morte o fim da escravidão.

Cosme Bento das Chagas nasceu em Sobral, CE, por volta de 1800. Nasceu livre e vivia de pequenos expedientes, sabia ler e escrever. Foi preso em 22 de setembro de 1830, por ter assassinado Francisco Raimundo Ribeiro em Itapecuru-Mirim, sendo enviado à capital São Luis. Cosme fugiu da cadeia em 1° de maio de 1833, depois de liderar um levante de presos. Ficou foragido até 1838, quando foi capturado em Codó. Neste tempo ficou escondido em vários quilombos da região de Itapecuru-Mirim.


Quando a Balaiada estourou em dezembro de 1838, ele se encontrava preso na capital, não participando da insurreição até o final de 1839. Cosme fugiria da prisão em outubro de 1839, e em novembro já se tinha notícias dele liderando os escravos nas várias fazendas às margens do Rio Itapecuru. No final de 1839, Cosme já era conhecido como Imperador da Liberdade.

Entre fevereiro e setembro de 1840, Luis Alves de Lima e Silva havia praticamente derrotado todos os rebelados, com exceção dos negros sob o comando de Cosme. Na Balaiada, os negros foram os últimos a capitularem. A insurreição foi dada por terminada somente quando as tropas legais capturaram Cosme. A captura ocorreu depois de uma sangrenta batalha realizada em Calabouço no município de Mearim em 7 de fevereiro de 1841.

Placa em homenagem a Negro Cosme

Preso, seu processo foi aberto em março de 1841, arrastando-se por mais de um ano, pois somente em 5 de abril de 1842, realizou-se o seu julgamento. Negro Cosme foi condenado à forca por liderar no Maranhão uma das mais temidas insurreições do povo negro já ocorridas no Brasil. À frente dos quilombolas, lutava para pôr fim à escravidão, junto com líderes como o índio Matroá, o vaqueiro Raimundo Gomes e de Manoel Ferreira dos Anjos, o Balaio.

Cosme liderava um exército de escravos formado principalmente de africanos, visto que no Maranhão tinha um grande contingente de negros naquela época. Cosme organizou um grande quilombo em Lagoa Amarela e nele fundou uma escola. Negro Cosme contava com um exército de aproximadamente três mil homens.


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