Criado pelo professor e poeta Eduardo Ferreira de Oliveira, o Hino à Negritude ou Cântico à Africanidade Brasileira é uma obra musical que deverá ser tocada em todas as solenidades que envolverem a etnia negra e a questão racial.
O Projeto de Lei 2.445/07 de autoria do Deputado Vicentinho (PT-SP) que propõe tornar o Hino à Negritude oficial em todo território nacional foi aprovado em 2009 por unanimidade na Câmara dos Deputados e representou uma grande conquista do Movimento Negro, pois desde 1966 tentava-se a aprovação desse Projeto de Lei.
Atualmente a proposta encontra-se no Senado Federal para votação e aprovação final (PLC nº 300/09), mas o Hino já é oficial em várias cidades e estados do Brasil, como por exemplo o município de São Paulo, que oficializou sua execução em 2007, através da Lei 14.772.
Eduardo de Oliveira |
Eduardo de Oliveira, autor do hino, é um ícone do Movimento Negro no Brasil, tendo dedicado sua vida à questão racial. Atualmente, aos 84 anos é membro do CNPIR - Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e presidente do Congresso Nacional Afrobrasileiro. Em 1968 recebeu de Marthin Luther King uma carta felicitando-o por seu trabalho e pela elaboração do Hino. (ATUALIZAÇÃO! Em 12.07.2012 Eduardo de Oliveira faleceu aos 85 anos.)
Segue trecho da carta: "É sempre inspirador saber que temos amigos que entendem nosso problema e que compartilham nossas preocupações. A profundidade de sentimentos expressa neste volume de poemas é indicativo de sua verdadeira inquietação pela justiça racial no mundo".
Abaixo, segue link de um vídeo com o Hino à Negritude sendo interpretado por seu autor, o professor Eduardo de Oliveira:
Para baixar o Hino em MP3, clique aqui Letra do Hino à Negritude (Cântico à Africanidade Brasileira):
I Sob o céu cor de anil das Américas Hoje se ergue um soberbo perfil É uma imagem de luz Que em verdade traduz A história do negro no Brasil Este povo em passadas intrépidas Entre os povos valentes se impôs Com a fúria dos leões Rebentando grilhões Aos tiranos se contrapôs Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez (bis) II Levantado no topo dos séculos Mil batalhas viris sustentou Este povo imortal Que não encontra rival Na trilha que o amor lh destinou Belo e forte na tez cor de ébano Só lutando se sente feliz Brasileiro de escol Luta de sol a solenidadesPara o bem de nosso país Ergue a tocha no alto da glória Quem, horoi, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez (bis) III Dos Palmares os feitos históricos São exemplos da eterna lição Que no solo Tupi Nos legara Zumbi Sonhando com a libertação Sendo filho também da Mãe-África Arunda dos deuses da paz No Brasil, este Axé Que nos mantém de pé Vem da força dos Orixás Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez (bis) IV Que saibamos guardar estes símbolos De um passado de heróico labor todos numa só voz Bradam nossos avós Viver é lutar com destemor Para frente marchemos impávidos Que a vitória nos há de sorrir Cidadãs, cidadãos Somos todos irmãos Conquistando o melhor por vir Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São Galardões aos negros de altivez.
Fica aí a dica para os capoeiras incorporarem a execução do Hino à Negritude em seus eventos, solenidades e projetos, valorizando a matriz africana da capoeira. Fonte: Seppir
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